Pesquisadores da Fatec Cariri estudam estratégias para minimizar efeitos da salinidade da água na cultura do algodão

Acompanhando as atuais iniciativas de retomada do cultivo de algodão no Ceará, pesquisadores da Faculdade de Tecnologia Centec Cariri (Fatec Cariri) realizam estudos com o objetivo de avaliar estratégias para minimizar os efeitos nocivos dos sais nessa cultura.

Uma parte da pesquisa foi publicada no periódico Brazilian Journal of Biosystems Engineering. No estudo, os pesquisadores buscaram avaliar a tolerância à salinidade de plantas de algodoeiro cultivadas sob estresse salino em dois substratos (solo coletado em área experimental da Fatec Cariri na profundidade de 0 – 20 cm e húmus de minhoca).

Através da pesquisa, verificou-se que o tipo de substrato utilizado alterou a classificação da tolerância do algodão à salinidade, especialmente nos maiores níveis de salinidade testados (5,0 e 10 dS m-1). Utilizando-se os dados de taxa de crescimento absoluto e número de folhas das plantas, por exemplo, verificou-se que as plantas de algodão cultivadas no substrato húmus de minhoca foram mais tolerantes à salinidade.

“Embora a cultura do algodão seja considerada tolerante à salinidade, inúmeras pesquisas mostram que o seu crescimento e produção são reduzidos acentuadamente quando irrigado com águas que possuem concentrações salinas mais elevadas. Com isso, um dos propósitos da pesquisa é verificar estratégias para reduzir os efeitos adversos da salinidade na cultura, com a intenção de cultivá-lo de forma mais sustentável, usando águas com concentrações de sais um pouco mais elevadas, dedicando, assim, a água potável para consumo humano. No Ceará, sabemos o quanto isso é importante”, explica o professor da Fatec Cariri, Aureliano Albuquerque, um dos autores do artigo e integrante da pesquisa.