Centec e o desafio da inovação no Ceará

Há cerca de dois meses assumi um dos maiores desafios da minha carreira política: a presidência do Centec (Instituto Centro de Ensino Tecnológico). Para quem não conhece, a instituição foi criada pelo ex-secretário de Ciência e Tecnologia, Ariosto Holanda na década de 1990 e já garantiu a qualificação de milhares de homens e mulheres em todas as regiões do estado. Trata-se de uma organização social, vinculada à Secitece, com forte vocação em promover a educação e a tecnologia por meio do ensino, pesquisa, inovação e extensão, em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do Ceará. Seu grande desafio atual: contribuir de forma efetiva para a inserção da juventude do Ceará na agenda tecnológica do século XXI.

Sabemos que o domínio das tecnologias da informação e comunicação (TICs) são cruciais na era da globalização. Não se trata mais de planejar o futuro. É o presente batendo à porta. Temos que modernizar as instituições públicas e canalizar ações da iniciativa privada para enfrentar esses desafios. Não nos faltam pesquisas, recursos humanos e potencialidades econômicas. É hora de construir um ecossistema integrado de inovação capaz de irrigar o conhecimento tecnológico por todo o Estado. Várias estudos e levantamentos vão nessa linha, apontados em documentos valiosos como: Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ceará, o Relatório do Grupo de Transição em Ciência e Tecnologia e o Plano de Governo de Elmano de Freitas. Todos eles apontam para a necessidade de investirmos na qualificação profissional do nosso capital humano, sob o risco de deixarmos milhões de jovens cearenses para trás na corrida do desenvolvimento da indústria 4.0. Podemos fazer isso de forma orientada para eixos estratégicos, tais como: energias renováveis, telemedicina, tecnologias habilitadoras e sustentabilidade ambiental.

O governador Elmano, ao fortalecer iniciativas como o Projeto C-Jovem, que visa qualificar 100 mil estudantes em até cinco anos no conhecimento e formação técnica da nossa juventude no domínio das novas tecnologias como a Inteligência Artificial, demonstrou que essa questão terá atenção especial em sua gestão. Nesse sentido, a rede Centec (CVTs, CVTECs e Fatecs), com o apoio da Secitece, IF-CE, e parcerias com universidades, órgãos públicos, empresas e sociedade civil está preparada para ser protagonista dessa revolução tecnológica. Não tenho dúvidas de que esse modelo de gestão, diretamente associado aos arranjos produtivos locais, deverá ser um forte indutor de oportunidades disruptivas e, portanto, de justiça social para o nosso povo.

Acrísio Sena – diretor-presidente do Instituto Centec
O Povo + 30 de abril de 2023